VIDA NA ESCOLA

Educação Criativa: Alternativas Colaborativas

O congresso de Educação Criativa e Gamificação ocorreu no dia 15 de agosto de 2020 e começou com a mesa redonda “Educação Criativa: alternativas colaborativas”. Administrado pelo coordenador pedagógico da ECDD, Alexander Francisco, o debate foi extremamente envolvente. Todos os palestrantes, Giselle Teixeira, Mônica Martins e André Gan, demonstraram não só um alto conhecimento sobre o assunto, como também uma grande paixão em relação ao mesmo.

Profª. Giselle, Coordenadora Educacional do Ensino Médio no Colégio Sagrado Coração de Maria, foi a primeira a falar e começou seu discurso chamando atenção à frequência em que professores, ela incluída, recebem a pergunta “porque eu preciso saber disso?” de seus alunos. Ela explica que esses questionamentos de alunos, essa fonte de desinteresse, é um resultado da posição atual do aluno em relação ao professor. Teixeira afirma que, com aulas mais criativas e colaborativas, o aluno se tornaria mais ativo e, por consequência, mais interessado nas mesmas. Ela adiciona a importância de desafiar os estudantes, “alunos adoram debate porque eles aprendem muito mais”, e incentivá-los a extrapolar a sala de aula. Além de serem mais eficazes e agradáveis, essas metodologias também promovem habilidades socioemocionais e criam uma relação de confiança – um vínculo – entre professor e aluno.

 

A professora reconhece que essa não é uma tarefa fácil para os professores e, por isso mesmo, reforça a importância da formação em serviço. Ela enfatiza como é essencial que o colégio, coordenação e professores, estejam sempre oferecendo novas estratégias, desafios e provocações que os educadores podem trazer para a aula. Nas palavras da mesma, “a coordenação tem que estar sempre ao lado do professor”. Isso também requer um trabalho em equipe onde todos as partes se desafiam e se estimulam, incentivando uma melhoria constante.

Mônica concorda e também enfatiza a importância da sensibilidade. De acordo com a orientadora, a aprendizagem começa com um vínculo: “quando se estabelece um vínculo positivo com o professor tudo flui muito melhor”. É essencial ter a sensibilidade para entender a individualidade dos alunos, e, através disso, criar aulas criativas para poder incentivar o talento de cada um. Martins defende a importância de uma aula criativa, mas reconhece que esse estilo ainda não é completamente aceito, “muitas vezes, as pessoas confundem criatividade com bagunça”, e adiciona “[contudo,] a civilização evoluiu por conta da criatividade”. Ela retoma o argumento da professora anterior, reforçando a importância de ter um aluno ativo na sala de aula. Acrescentando como a participação ativa do aluno gera um protagonismo e uma autonomia que são essenciais para sua formação como pessoa.

 


Conectando novamente ao que a Profª Giselle já tinha comentado, ela reflete sobre a dificuldade do aluno de ver utilidade em seu aprendizado e incentiva a interdisciplinaridade para demonstrar a transversalidade entre as matérias e, como resultado, sua aplicação prática na vida. Por fim, ela retorna ao seu argumento inicial, sobre a importância da sensibilidade, e crítica o ensino tradicional por focar em somente algumas habilidades, ressaltando como isso pode afetar o emocional de crianças que não se destacam em competências “acadêmicas”, mas possuem talento em outras desconsideradas pelo sistema atual, “todo mundo tem uma habilidade, o problema é que nem sempre a escola valoriza essa habilidade que [o aluno] tem”.

Por último falou o Prof. André Gan, coordenador do Colégio La Salle Abel, que expandiu na questão da sensibilidade. Ele começou citando duas frases de sua colega, Marlene: “a educação é feita de afetividade, afinidade e de boas lembranças” e  “precisamos superar as práticas dos cativeiros disciplinares”. Assim como as outras palestrantes, ele chama atenção à importância da interdisciplinaridade e adiciona a necessidade de quebrar a construção de uma hierarquia educacional. Ele propõe a ideia de inverter os papéis do ambiente de educação, permitindo, ou melhor, incentivando, que o aluno traga novas informações e conhecimentos para o professor.

Ademais, Gan enaltece que não há uma regra ou formato definitivo para acabar com esse “cativeiro”, contudo, há questões básicas que podem ser consideradas. De acordo com o próprio, há três palavras que estabelecem a educação criativa, são elas: análise, síntese e avaliação. A partir destas, o professor reforça a importância de perceber o ambiente e adaptar o ensino para o aluno, baseando-se na forma que cada indivíduo tem de aprender. Focando na área de avaliação, André menciona a “famosa caneta vermelha”, denunciando a chamada “cultura da punição” e afirmando que essa necessidade de “moldar” o aluno impede o desenvolvimento criativo do mesmo.

O professor Alexander encerra a mesa reforçando a importância de reavaliar o ensino atual e focar no aluno em primeiro lugar. Ele chama atenção ao fato de que a pandemia gerou uma mudança no formato de entrega de conteúdo, obrigando um novo processo educacional, e que esse momento de mudança deve ser utilizado. O debate em geral foi extremamente interessante e informativo, com todos os palestrantes adicionando questões e argumentos de forma acessível para todos os públicos, ampliando a discussão para além da academia.

TAGS

RELACIONADOS

Design Gráfico e Digital

A graduação de Design Gráfico e Digital propõe que os alunos se tornem aptos para aplicarem suas habilidades criativas dominando as ferramentas de qualquer software de edição que forem utilizar,

Mentoria Criativa

A Mentoria Criativa foi idealizada pela nossa aluna Alexandra Pombo, da graduação de Design Gráfico. É uma reunião dos alunos de todas as graduações que acontece semanalmente na ECDD do

Redator Publicitário ou Copywriter?

Redator Publicitário ou Copywriter?

Lembra daquele anúncio criativo que você leu nas redes sociais? Ou então aquele post com texto super divertido?  Pois é, os redatores publicitários e copywriters são os responsáveis por criar

COMENTÁRIOS